domingo, 2 de setembro de 2007

Lixo














coca-cola liberada



Uma das coisas boas aqui da TBWA/Berlim é a coca-cola liberada. Sei que meu gastro ficaria desesperado com essa informação, mas ele está a quilômetros de distância e não vai ler esse texto. Aqui na minha mesa já tem 3 garrafinhas vazias. E isso que é apenas uma da tarde.

Essas garrafas vazias não ficam aqui na minha mesa como forma de exibicionismo ou de tornar meu vício público. A questão é mais complexa.

No meu primeiro dia de trabalho, depois de sorver a última gota desse precioso líquido negro, joguei o casco de vidro no lixo. Fui surpreendido pelo Emiliano com uma cara de assustado dizendo: ---O que tu pensa que tá fazendo meu?

Ora. O que as pessoas fazem quando acabam de comer ou tomar alguma coisa? Jogam o que sobrou no lixo. Pois é. Aqui as coisas são bem diferentes. Não é em qualquer lugar que se pode jogar os restos de nosso consumismo ocidental. Cada tipo de lixo tem o seu devido lugar.









sacadona bem bonita.




Isso é algo que tive que aprender. Na Alemanha o Partido Verde é muito forte. Fazendo representantes importantes em todas as esferas do poder. Inclusive o primeiro ministro. Diferente do Brasil que de verde só tem o Gabeira (que já foi vermelho e também rosa). O reflexo disso está em todo país, que procura novas fontes renováveis de energia, despolui rios e lagos, além da paranóia com o lixo.

Existem várias categorias de lixo. Separadas com cuidado pelos habitantes. Vidro? Pode ser escuro, transparente e verde. Papel? Pode ser grosso e fino. Tudo muito organizado como manda a cartilha alemã. Se você tem algum eletrodoméstico velho que deseja descartar é um problema. Não adianta abandonar na rua. Você tem que arrumar um fim para ele. Esse é o motivo de apartamentos com depósito serem tão valorizados. Viram enormes latas de lixo com porta. Isso quando não é a própria sacada que é convertida em lixeira.

Pode parecer nojento, eu concordo. E a idéia de dormir em meio a um monte de entulho também não me agrada. Mas consigo enxergar o lado bom nisso tudo também. Talvez essa política mais dura faça com que as pessoas tenham mais consciência sobre o tema. Afinal de contas o lixo não desaparece. Ele apenas vai para algum lugar. O foda é que talvez chegue um dia em que esse lugar não seja longe o suficiente.

Aqui não tem aquele monte de saquinho de plástico no supermercado. Ou você leva uma sacola, ou paga por elas.

Uma política de educação só funciona se dói no bolso. Não estou falando de taxa do lixo, como em São Paulo, que no fim das contas só alivia a consciência para poder jogar mais merda no chão. Falo em pagar pela sujeira que você é responsável. Pagar na boca do caixa ou morar no meio dela.

Um comentário:

sevenight disse...

Digaí, monstro!?
Parabénszes pelas últimas - incluído este.
Semana passada levei um lero com um camarada daqui que mora em Stutgart e ele me contou umas animais do da onda contra lixo e plásticos aí.
Diz que tocam até musiquinha na fila do caixa do super se o sujeito prefere os retornáveis.
E tão sobretaxando os plásticos para financiar a mudança que será adotada na indústria.
Sucesso nas peleitas!
abração,

Max