quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Acordar em Berlim

Estou andando na Oscar Freire com a Lisi. Tudo da maneira como sempre foi. As lojas de marcas caras e os cafés trazem vida para o bairro. Pessoas de todos os tipos passam por mim. Nenhum deles sabe que eu controlo todos os passos daquele universo. São anônimos em sua ignorância. Caminho de mãos dadas com minha amada e tudo é perfeito.


De repente acordo em meu quarto em Berlim. Olho pela janela e vejo a antena da TV. Eu estava sonhando.

Havia me esquecido dessa sensação. As mudanças na nossa vida nunca são aceitas imediatamente pela rotina. A cabeça ainda funciona muito próxima das raízes. Principalmente as mais recentes, no meu caso São Paulo. Já passei por isso inúmeras vezes e não deixo de gostar do sentimento. A cabeça transita em dois (ou mais) universos distintos e familiares. Você deixa de ter apenas uma nacionalidade ou regionalidade. Agora será de muitos lugares e todos eles influenciarão na sua forma de entender o mundo.

Não é só em grandes mudanças que observamos esse fenômeno. Em pequenas viagens podemos sentir. Aposto que todos já passaram por isso, mesmo que seja no final de semana na praia. Apesar de ser em menor intensidade, não deixa de ter seu valor.

Mesmo acordado sinto isso. Basta estar com alguns brasileiros, em qualquer lugar da Europa ou do mundo, para presenciar a dualidade existencial. Enquanto todos estão reunidos e falando português, mesmo que estejam no alto da torre Eiffel, estarão todos no Brasil. Para sair das terras tupiniquins bastaria levantar a cabeça e respirar os ares congestionados de uma Paris cada vez mais populosa e poluida. Para quem mora em São Paulo nada chocante.

Essa semana receberei o Pernil e a Mari aqui em casa. Com eles dois, mais o Emiliano e eu, passaremos bons momentos transitando entre Berlim e São Paulo. Bom, talvez entrem outros planetas, não só cidades nesse nosso roteiro.

Conforme o cara vai se adaptando as mudanças uma nova rotina vai se estabelecendo. Os sonhos passam a habitar o mesmo lugar que o corpo físico. Para muitos essa é a hora de mudar, eu não concordo. Semana passada sonhei em Berlim pela primeira vez.







De onde é essa foto mesmo?
Eu sei.




Não foi nada de especial. Era apenas eu caminhando pelas ruas do Mitte. Passando pelo Hackesche Markt e observando o andar acelerado dos pedestres correndo para entrar no Tram (bonde). Enquanto tentava entender o alemão das pessoas do sonho comecei a escutar meu despertador. Acordei com os olhos ainda colados. Olhei o relógio e eram 9 da manhã. Quando levanto a cabeça estou desperto em um albergue em Amsterdã.

8 comentários:

João Braga disse...

Hoje vou ver se eu consigo sonhar em São Paulo e acordar em Amsterdam.

Só alegria, hein Locão?

Unknown disse...

Hoje eu vou sonhar com o Belenzinho.
Quer trocar?
manir

rodrigo disse...

Hoje eu vou sonhar com a Vila Olímpia... E acordar aterrorizado!

KIKA KISS disse...

Guigui,
te mandei um e-mail com alguns trabalhos pra ti dar uma olhadinha, mas não sei se tu recebeu...
Ah, o Grooming fechou, tu vai ter q me aguentar agora, vai me orientar em tudo!!!
Saudade de ti meu pequeno grande!
Beijokas da mana
Kika

Fabricio e Viviane disse...

Fala velho, falando nisso, pela manhã nos encontramos no Rockery, não foi? hahahahah. Vou colocar as fotos de Amsterdan no blog, depois tu dá uma olhada.

KIKA KISS disse...

Oh bonitão... te vi no blog da perestroika, ta com uma cara engraçada! ahahahhaha Te mandei e-mail de novo, acho q tu não recebeu. Não sei o que ta rolando que meus e-mails não chegam pra ti...
Beijos
Kika

Luanna Figliolino disse...

wow! I'amsterdam :)

essa vida é muito maluca mesmo

beijo pra ti

mutantix disse...

ê, marcão! eu durmo pouco e sonho pouco. é um buraco negro. mas cada vez que volto de uma viagem pras gringa, sonho uns 2 ou 3 dias direto com coisas que vi. tudo misturado e entra gente de tudo que é lugar. sempre achei isso engraçado. depois volta tudo pro buraco negro de 5 ou 6 horas de sono diário...
abração! raul.