segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Something - The Beatles

Para minha esposa. Tem vezes que uma música diz tudo. Na opinião deste que aqui escreve, essa é a mais bonitas dos caras. Não é a toa que o George é meu favorito dos 4. Culpa do meu pai que tinha o All Things Must Pass na discoteca. Por sinal, palavras sábias.



Something - The Beatles

Composição: George Harrison

Something in the way she moves
Attracts me like no other lover
Something in the way she woos me

I don't want to leave her now
You know I believe and how

Somewhere in her smile she knows
That I don't need no other lover
Something in her style that shows me

I don't want to leave her now
You know I believe and how

You're asking me will my love grow
I don't know, I don't know
You stick around now it may show
I don't know, I don't know

Something in the way she knows
And all I have to do is think of her
Something in the things she shows me

I don't want to leave her now
You know I believe and how

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Feio = Bonito

Eu acho o feio bonito. Claro, depende de que (ou qual) feio estamos falando. Em todo caso, na média eu gosto mais dos menos favorecidos. Não sei se é por que me incluo nessa categoria ou apenas simpatia. O fato é que o feio me atrai.






Dedé com 18 anos










O engraçado é que não estou sozinho. Isso é uma tendência. Cada vez mais nos identificamos com personagens feios. Isso se reflete tanto no cinema como na propaganda. Não incluo as mulheres de Dove nessa. Mesmo eles usando gordinhas, magrelas e sardentinhas, sempre escolhem o melhor espécime de cada tipo. Nenhuma delas pode ser considerada feia. Quando eu falo de pessoas menos favorecidas me refiro a galera feiosa mesmo. Posso enumerar alguns exemplos, rapidamente me chega a memória o Costinha e o Nicolas Cage. E não venham me dizer que eles são bonitos. Posso até aceitar o adjetivo charmoso. Nada mais que isso. Assim como esses dois, existem muitos outros bons representantes da feiura humana.





Eu com o cabelo pintado







Mesmo assim, observo que algumas marcas teimam em colocar apenas modelinhos bonitinhos em suas campanhas. Lembro de alguns fílmes de Skol onde os personagens principais eram bem peculiares. Gosto de todos eles e, além das boas idéias, coloco muito crédito nos atores feiosos para o sucesso.

O Diego Medina é engraçado. Mas nenhum príncipe. Por sinal se ele ver isso vai me matar.





Mesmo observando isso como uma tendência, a maioria das marcas procura sempre o mesmo tipo de modelos. Aquela carinha carimbada. A Jaqueline do BBB8. Quantos castings você não viu com ela ou tipos como o dela? Um reflexo disso é uma propaganda cada vez mais pasteurizada. Os modelos são os mesmos. Os rostos são os mesmos. Falta personalidade. A identificação com a base da sociedade é quase nula. Afinal, são muito poucos os privilegiados (como a minha mulher) que nasceram com atributos físicos de primeira linha.

Se bem que tem empresa que já se ligou nisso.



Quem são os personagens que lhe vem a memória quando falamos em propaganda? Carlos Moreno? Baixinho da Kaiser? Arakem o gol man? (desencavei esse) Todos eles são feios. Por que será? Uma cara feia marca. Eu que o diga.















Tudo bem, tenho que concordar que o velho truque de colocar mulher gostosa em cartaz de cerveja funciona comigo. Mas aí é uma função fisiológica. Agora me pergunte o nome de uma delas ou qual faz propaganda de que cerveja? Não lembro. Tudo vira paisagem. E digo mais, se a cerveja estiver quente não tem mulher gostosa que me faça beber. Bom, se bem que aqui na Alemanha é só assim que eu tomo. Não... não acompanhado de mulher bonita. Eu bebo é cerveja quente mesmo.






sábado, 9 de fevereiro de 2008

Galerie Gillian Morris - Jenny Michel - Staub

Semana passada fui em uma exposição muito legal. Fiquei realmente impressionado. Talvez, nas fotos, que venha a colocar aqui, vocês não consigam dimensionar o efeito que o trabalho do cara tem ao vivo.














Esta curiosa exposição foi aberta na Galerie Gillian Morris. Apesar do nome ser bonito, ela faz parte de um complexo bem alternativo, para não dizer chinelão, de galerias na Brunnenstrasse. São umas 15 no total, ocupando vários prédios e apresentando trabalhos de artistas iniciantes (ou não tão conhecidos).













Achei legal tanto a abordagem quanto o produto visual. O desgraçado não pecou no cuidado, teve uma idéia e tratou dela com carinho. O resultado é a exposição Staub de Jenny Michel.













Sua obra é toda baseada em poeira e sujeira. Os famosos dust bunnies que ficam nos cantos do apartamento ou na boca do aspirador de pó. A grande idéia não está em fazer uma escultura de porcaria, como um artista menos evoluido poderia pensar.



























A diferença está em apresentar uma visão científica da poeira em seus diferentes tipos e procedências. É como aqueles quadros antigos de biólogos, que pegavam insetos, catalogavam e colocavam naquelas caixas de madeira com tampo de vidro. Além dessas ele também emoldurou pedaços de sujeira através de quadrados de acrílico. Exatamente como em um procedimento científico.



























No fim, fica até engraçado ver as anotações onde observa-se desenhos e textos falando sobre o desenvolvimento da poeira. Um gigantesco mural de rascunhos para Doutor Frankenstein nenhum botar defeito.



























É uma abordagem muito legal. Certamente inédita. O ambiente que o cara procurou para desenvolver o trabalho é muito rico. Meu avô tinha esses quadros com insetos de vários tipos: borboletas, cascudos, grilos, etc… Com essa referência na memória, não preciso nem admitir que a lembrança foi importante para minha afinidade na obra de Michel. Sim, existe uma beleza kitsch em tudo isso.













Para quem se interessar e estiver planejando uma viagem pela Europa, aqui vai a dica. A Galeria fica aberta de terça a sábado até as 18h. Não precisa pagar nada, é entrar e se divertir. Na mesma rua existem outros 17 espaços como esse, com exposições muito interessantes. Para quem tem alergia ou rinite não se preocupem. Apesar do trabalho ser sobre poeira o chão é bem limpinho.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

The Helping Hounds of Hell


















Cumprindo com o prometido, vou postar meu primeiro comentário sobre uma exposição que está rolando aqui em Berlin. Tudo começou quando o Pernil e a Gabi vieram aqui me visitar. Resolvi fazer o tradicional caminho das galerias underground com eles. A primeira parada foi próximo ao Hackescher Markt, ainda caminhando pela Rosenthale Strasse, na Neurotitan Gallery & Shop.











O local onde fica a galeria é um tradicional Höfe aqui de Berlim. Costumo passar lá para olhar a loja que fica no fundo e curtir as paredes grafitadas por artistas conhecidos do cenário alternativo mundial. Nessa semana os caras estavam com uma exibição muito legal. O nome do projeto é “The Helping Hounds of Hell”. Apesar de ter esse nome diabólico, a intenção dos caras é das mais divinas: arrecadar grana para o Sage Hospital E.V no oeste africano.


















Quando cheguei lá me lembrei na hora do Bráulio Kuwabara. Ou seria Kubaruba? Tanto faz, japonês é tudo igual mesmo. Ele é um nego que iria aproveitar muito mais que eu a galeria, com certeza. O japonês adora esses shapes de skate bem elaborados que viraram tela para artistas de rua. A exposição, na realidade, era só sobre esse tema. Vários caras emprestaram seu estilo para uma centena de shapes de skate. Todos artistas reconhecidos aqui na Europa e na Alemanha.















Não sei se sou eu que não tenho o conhecimento suficiente sobre o tema ou o trabalho lá exposto que era muito bom. O fato é que gostei de quase tudo. Até do cartaz bem simplão eu simpatizei. Apesar de me interessar muito por street art, não havia visitado um espaço dedicado a essa arte de skate. Uma mídia que é explorada desde a década de 80 mas que recebeu o reconhecimento a poucos anos. Hoje, criar uma estampa para uma prancha de madeira é muito mais cool que em um quadrado de pano.













A influência do estilo grafiteiro moderno é evidente. Mas as instalações e relevos adornando os skates são novidade para mim. Isso certamente é uma evolução na tradicional forma de apresentar os desenhos no shape, Também achei muito legal a interação de mais de uma base, formando uma gravura com uma dimensão e intencionalidade maior que o corpo tradicional da prancha. Meu destaque fica com os trabalhos de Boris Hoppek, Jon Burgerman, Blackjune, Havec, Kingdrips e Georg Rabensteiner. Nesse caso, tenho que concordar que a escolha é obviamente de caráter personalíssimo. Eu sou muito apegado a alguns traços e estilos que me atraem e influenciam meu trabalho pessoal. Certamente, outra pessoa escolheria outros para enumerar. Sendo assim, a lista completa dos artistas está aqui.


















A exposição terminou no dia 3 de fevereiro, aqui em Berlim. Agora os caras transferiram toda a parafernália para Hamburgo, onde ficam até o dia 12 desse mês. Em breve, colocarei mais alguns trabalhos que me impressionaram, nas últimas caminhadas pelo Mitte e arredores.